Com altos índices de audiência em sua terceira exibição pelo SBT, Coração Indomável já se consagrou como uma das novelas mexicanas favoritas do público brasileiro – assim como sua versão original, Marimar (1994), transmitida cinco vezes na TV aberta e agora disponível no catálogo do Globoplay.
O que talvez nem todos saibam é que a história da heroína ‘selvagem’ que se refina e busca vingança contra seus algozes – e também contra seu grande amor – por pouco não ganhou uma versão nacional produzida pelo próprio SBT. O caso aconteceu em 2007, quando Silvio Santos deu início a um ousado projeto em sua parceria de então com a Televisa: regravar a Trilogia das Marias, tramas protagonizadas por Thalía na rede mexicana que foram verdadeiros fenômenos de audiência em todo o mundo, inclusive no Brasil.
A ideia era começar com um remake de Maria Mercedes (1992) e, se houvesse sucesso, recriar também Marimar e Maria do Bairro (1995) – todas com a mesma protagonista, assim como fora no México. A escolhida para essa missão foi Bárbara Paz, revelada pela emissora no reality show Casa dos Artistas (2001) e com dois folhetins da emissora no currículo, Marisol (2002) e Cristal (2006).
Sua primeira tarefa foi dar vida à heroína de Maria Esperança – moça pobre, que lutava para sustentar os irmãos e o pai alcoólatra, mas que via sua vida mudar ao herdar a fortuna de um milionário, Santiago Trajano Queiroz (Nico Puig). Considerando-se a legítima dona dos bens do falecido, a vilã Malvina (Tânia Bondezan) convencia seu filho Eduardo (Ricardo Ramory) a seduzir Maria para tomar o dinheiro dela – mas, no caminho, os dois acabavam se apaixonando. Em Maria Mercedes, Fernando Ciangherotti, Laura Zapata e Arturo Peniche viveram os respectivos personagens.
O fato é que, apesar do empenho da produção e do adaptador brasileiro, Yves Dumont, para que a novela desse certo, Maria Esperança não emplacou no horário nobre do SBT, amargando índices medíocres de audiência. Isso fez com que o SBT desistisse de regravar Marimar e Maria do Bairro na sequência, com ou sem Bárbara Paz como heroína.
A emissora optou por uma trama bem diferente, a juvenil Amigas e Rivais, para dar continuidade à parceria com a Televisa – menos de um ano depois, o insucesso desta levaria à suspensão do filão, para voltar a investir em textos brasileiros. Uma pena, não?