Sexy e instigante, ‘Oscuro Deseo’ é um thriller envolvente

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Jonathas Lopes

“ Os assassinos nascem assim? Ou se tornam? O que leva alguém a se tornar um assassino? Somos vítimas ou assassinos? Quem é inocente ou culpado? Às vezes, somos só seres humanos que, pelas circunstâncias, somos levados a cometer atos que nunca consideraríamos possíveis. ”

Estreou nesta quarta-feira (15/07) a nova série original mexicana da Netflix, Oscuro Deseo (Desejo Sombrio, título no Brasil), trama que traz em seu elenco nomes conhecidos do casting mexicano como Maite Perroni, Jorge Poza e Alejandro Speitzer. A série é uma criação de Letícia López Margalli e está composta por 18 episódios no total.

Logo da série. (Foto: Reprodução/Netflix).

QUAL A HISTÓRIA?

Alma (Maite Perroni) é uma advogada que passa seus dias lecionando em uma universidade. É casada há 20 anos com Leonardo (Jorge Poza), um juiz muito renomado, popular por seu discurso engajado na defesa do direito das mulheres. Os dois possuem uma filha de 18 anos, Zoe (Regina Pavón). Parece o ambiente familiar perfeito, não é? Errado!

Maite Perroni como Alma em ‘Oscuro Deseo’. (Foto: Reprodução/Netflix).

Nem tudo é o que parece ser. Alma e Leonardo estão enfrentando uma crise no casamento, ainda que nenhum dos dois seja capaz de admitir. Aparentemente ele está sendo infiel. Em meio à infelicidade e dúvidas, Alma decide passar uns dias com sua melhor amiga, Brenda (Maria Fernanda Yepes).

Durante o passeio, Alma cruza com Darío (Alejandro Speitzer), um homem jovem e charmoso. A atração entre os dois é instantânea e eles passam a noite juntos. No dia seguinte, Alma está convencida que tudo foi apenas prazer. No entanto, ao retornar para seu trabalho na universidade, ela descobre que seu affair de apenas uma noite resultou ser um de seus alunos.

Maite Perroni e Alejandro Speitzer em cena de Oscuro Deseo. (Foto: Reprodução/Netflix)

Com o tempo, a advogada perceberá que seu encontro com Darío não foi uma simples coincidência, e que tudo não passa de uma teia de enganos e traições tecida lentamente, a qual abrirá caminho para um grande mistério.

VALE A PENA?

Embasada em muito suspense e erotismo, Oscuro Deseo possui uma narrativa inteligente e gradativa. A trama é composta por personagens bem escritos e diálogos engajados, os quais assumem grande importância considerando o apelo social presente no texto.

Cena de Oscuro Deseo. (Foto: Reprodução/Netflix).
(Foto: Reprodução/Netflix).

Com acontecimentos bem organizados, as escritoras Nayura Aragón, Gennys Pérez e Leticia López, responsáveis pelo roteiro da série, demonstram coerência e fundamentam seu texto sob um caráter assertivo.

Oscuro Deseo é uma história sem mocinhos e vilões. Aqui todos têm o currículo manchado. Ninguém é totalmente inocente. Sai ganhando quem for mais astuto e conseguir esconder às evidências, porém a impunidade nem sempre pode trazer a verdadeira liberdade. Prepare o tabuleiro e faça sua jogada!

(Foto: Reprodução/Netflix)
A DIREÇÃO

Sob um caráter simbólico, representado por um balão em forma de coração voando pelos prédios da cidade, por exemplo, os diretores Pedro P. Ybarra e Kenya Márquez entregam uma visão realista e assustadora de uma sociedade marcada por estereótipos e egoísmo. Essa perspectiva é transmitida por meio de um bom jogo de câmeras e enquadramentos característicos.

A FOTOGRAFIA

Fazendo jus ao subgênero de suspense, a série é visualizada sob uma paleta de cores densas, configurando um tom mais pesado e realista.

A série possui uma fotografia densa. (Foto: Reprodução/Netflix)
E O ELENCO?

No geral, o elenco não ficou devendo, porém vale destacar a presença de Maite Perroni como a protagonista feminina. O último trabalho da atriz na televisão foi na telenovela mexicana Papá a Toda Madre, finalizada em 2018. Desde então, a ex-RBD tem se dedicado a papéis mais ousados e o resultado vem sendo bastante positivo. Em Oscuro Deseo não foi diferente. A atriz conseguiu traçar bem seu personagem e entregou uma performance segura.

Maite Perroni em cena de Oscuro Deseo. (Foto: Reprodução/Netflix)

“ Por que escolhemos o tipo de amor que nos destrói? A sociedade e seus estereótipos nos empurram para esse caos. Nos ensinam que a dor é divertida. Mas não é. Não é verdade. A dor é perversa. Ela fascina. Mas machuca. Precisamos reaprender a amar. ”

NOTA FINAL: 9.0/10.0

Deixem recomendações nos comentários, até breve!

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Jonathas Lopes

Amante de teledramaturgia e cinema. Crítico de televisão nas horas vagas, e apaixonado pelo universo Star Wars.

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