Morre Delia Fiallo, aos 96 anos, novelista de extrema-direita que criou Esmeralda e O Privilégio de Amar

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Cadu Safner
Delia Fiallo (Divulgação)
Delia Fiallo (Divulgação)

Morreu nesta terça-feira (29), a cubana Delia Fiallo, aos 96 anos, famosa escritora e roteirista de novelas. A informação foi confirmada pela filha dela ao portal Las Estrellas TV, que não abriu maiores detalhes sobre a causa da morte, mas garantiu que a mãe “morreu em paz e rodeada de entes queridos”. 

Graças a suas destacadas obras literárias, Delia Fiallo tornou-se uma das máximas representantes do romance contemporâneo, conseguindo que suas histórias fossem adaptadas em diferentes partes do mundo, entre as quais se destacam México, Argentina, Porto Rico, Colômbia e Estados Unidos e o Brasil.

Esmeralda (1970) e O Privilégio de Amar (1985) figuram entre as suas obras mais aclamadas e ganharam adaptação por aqui, através do SBT. Mariana da Noite (2003), Um Refugio Para o Amor (2011), A Que Não Podia Amar (2010), Peregrina (2005) e Mar de Amor (2009) também são outros destaques da carreira da novelista.

Conservadora e política radical

Em setembro de 2020, para o jornal espanhol El Mundo, Delia Fiallo aceitou que, como uma boa cubana anti-Castro, ela queria que Donald Trump ganhasse novamente a presidência dos Estados Unidos.

E isso foi expresso pelas novelas de outros países, como as turcas, que vieram lutar contra as mexicanas: “ As novelas turcas têm sido muito bem recebidas pelo público latino porque têm muita semelhança com as tradicionais que nós estão acostumados. Eles vieram para reivindicar o gênero”, disse ela à época.  

Um gênero que se definiu em suas linhas mestras no México, que se tornou mais visceral na projeção de sentimentos com a novela venezuelana – até a chegada de Hugo Chávez e a paralisação da produção.

 “Chávez não se interessava pela novela”, contou Delia despreocupada-, e desde então continuou alternando duas linhas, uma mais disruptiva e modernizadora e outra com um espírito mais tradicional. 

Fiallo defende, acima de tudo, a novela de sempre, ao contrário de produções recentes – principalmente mexicanas – que buscam incorporar ação e uma agenda política, inclusive feminista, sob a influência da televisão estadunidense.

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Cadu Safner

Jornalista e editor-chefe do site Estrela Latina e repórter no portal LeoDias. Passou pela RedeTV!, Band, AllTV e nos portais Terra, Notícias da TV e Observatório da TV (UOL).

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