“El Color De La Pasión” – Os tons de uma tragédia familiar

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Jonathas Lopes

Título original: El Color De La Pasión (A Cor Da Paixão)

Produção: Roberto Gómez Fernández

Roteiro: Maria Del Carmen Peña e José Cuauhtémoc Blanco

Direção: Juan Pablo Blanco e Francisco Franco

Nº de capítulos: 121 (Las Estrellas); 122 (Versão internacional)

País/Ano: México/2014

Após romper a parceria com a produtora Giselle González, o produtor Roberto Gómez Fernández ganha espaço no horário das 18h20 no canal de Las Estrellas no México, e traz à tona o seu primeiro projeto solo – “El Color de La Pasión” -, uma produção vendida como história original, e assinada pela famosa dupla de roteiristas Maria Del Carmen Peña e José Cuauhtémoc Blanco.

Logo de “El Color De La Pasión”. (Foto: Reprodução/Univision).

El Color de La Pasión foi exibida originalmente no México entre março e agosto de 2014, conquistando ao longo de 121 capítulos uma média de 17 pontos de audiência, índices satisfatórios para o horário. A trama foi protagonizada por Esmeralda Pimentel e Erick Elías, e dirigida por Juan Pablo Blanco e Francisco Franco.

QUAL A HISTÓRIA?

A novela é dividida em duas fases:

A primeira fase inicia em 1990, ambientada na cidade de Puebla, México. Adriana (Ariadne Díaz) é casada com Alonso (Horacio Pancheri), e o casal está à espera de seu primeiro filho. Junto ao casal, vivem as irmãs de Adriana – Rebeca (Michelle Renaud) e Magdalena (Ana Isabel Torre), esta última está de casamento marcado com Ricardo (Ramón Valera), porém ele acaba abandonando-a no dia do casamento devido as mentiras de Rebeca. Além de impedir o casamento de sua irmã Magdalena, fazendo com que ela se isole em um retiro, Rebeca também nutre sentimentos escondidos por Alonso. Quando Alonso viaja para o Brasil a negócios, Adriana descobre que Rebeca é apaixonada por seu esposo e a confronta, a discussão acaba em tragédia – com Adriana grávida caindo da sacada da escada, e se chocando com uma mesa de vidro. Clara (Nuria Gil), empregada da família, presencia toda a cena.

Adriana cai da sacada da escada enquanto discute com Rebeca. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V).

Mais tarde, Adriana é levada para um hospital, onde dá a luz à uma menina, porém não resiste e acaba falecendo. Rebeca, após sentir remorso pelo acidente, se convence que com a morte da irmã poderá ficar com Alonso, como sempre desejou. A fim de eliminar as suspeitas, Rebeca entrega um dinheiro à Clara para que ela vá embora de Puebla e não revele a ninguém sobre o ocorrido. Alonso fica devastado com a morte de Adriana, e Rebeca – se aproveitando da situação -, promete ajuda-lo com a criança, a qual recebe o nome de Lucía.

Segunda fase – 2014

24 anos depois, Rebeca (Claudia Ramírez) está casada com Alonso (René Strickler) e se converteu em uma mãe para Lucía (Esmeralda Pimentel), mesmo que sinta ódio pelo fato da sobrinha ser filha da única mulher que Alonso amou. Nesse período, Rebeca e Alonso tiveram uma filha, a qual chamaram de Nora (Ximena Romo). Mesmo estando casada com o homem que sempre pretendeu, Rebeca se sente incompleta por não receber o carinho que deseja, e acaba se relacionando com vários homens. A sua mais recente relacão é Federico (Alfonso Dosal), um jovem que reside na Cidade do México, e que, após ser rejeitado por ela (a qual se apresentou a ele com o nome de sua falecida irmã – Adriana), resolve tirar sua própria vida.

Rebeca e Nora. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V).

Enquanto isso, em Puebla, Nora, desde sempre, foi criada a sombra de Lucía, pensamento este alimentado por sua mãe Rebeca, fazendo com que a jovem odeie sua meia-irmã, a ponto de manter um caso com Rodrigo (Mariano Palacios), o noivo da mesma. Após a morte de Federico, seu irmão mais velho – Marcelo (Erick Elías) -, resolve se mudar para Puebla, a fim de encontrar a mulher que se relacionava com seu irmão. No dia de seu casamento com Lucía, Rodrigo a abandona no altar.

Nora ameaça Rodrigo em contar sobre a relação dos dois para Lucía, fazendo com que ele cancele o casamento. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V).

Em meio a isso, Marcelo se instala em Puebla, decidido a encontrar Adriana, a mulher que feriu os sentimentos de seu irmão e o levou a cometer suicídio. A chegada de Marcelo desencadeará um cenário repleto de descobertas e muitas tragédias, porém também despertará novos sentimentos.

Lucía vê seu mundo desabar quando Rodrigo cancela o casamento. (Foto: Reprodução/Univision).

É UMA BOA NOVELA?

Não foi apenas sorte o fato de “El Color De La Pasión” ter sido indicada a 13 categorias do prêmio TVyNovelas no México em 2015, pois a novela tem seus méritos. Uma produção que a princípio parecia uma nova versão de “La Mentira” mesclada com “Capricho“, ambas novelas da década de 90, somada a um elenco (em sua maioria) completamente desconhecido, além de um produtor que não vinha de grandes sucessos, não eram grandes atrativos. Todavia, logo na primeira semana, “El Color De La Pasión“, provou que não seria apenas mais uma novela no tão turbulento horário das 18h, mas sim uma produção a nível do horário nobre da emissora (ou estelar, como chamam por lá).

Marcelo encontra Federico sem vida. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V).

O roteiro da novela, assinado pelos mesmos escritores de “Cañaveral de Pasiones“, é ágil e bem desenvolvido, lembrando a estética dos famosos seriados americanos, que no caso dessa novela poderia ser facilmente uma série com 5 temporadas. Como assim? Vou explicar. As séries americanas (com exceção das procedurais – “caso da semana” como Bones, Grey’s Anatomy, CSI, etc.), possuem uma narrativa linear recheadas de pontos de viradas ou reviravoltas (plot twist), os quais em sua maioria marcam o final de uma temporada e início de outra, sendo que todos os arcos daquela temporada são resolvidos, e apenas o arco principal vai se arrastando até o final da série.

Em El Color De La Pasión ocorre o mesmo: a primeira temporada pode agregar os primeiros 16 capítulos da novela (a temporada mais curta), finalizando quando Marcelo descobre que a mulher por quem procura é, na verdade, Rebeca.

Rebeca fica assustada ao ouvir mencionarem o nome de Federico. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Marcelo descobre que Rebeca foi a mulher que se envolveu com Federico. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

A segunda temporada inicia com Marcelo seduzindo Rebeca, enquanto ao mesmo tempo vai se apaixonando por Lucía (essa seria a mais longa – indo do capítulo 17 até meados do 53). Um fato curioso dessa temporada (vamos continuar chamando assim!) é que os capítulos 24 e 25 foram especiais, e trouxeram o elenco da primeira fase de volta em cena, por meio de flashbacks. O motivo? Com um mês no ar, o público recém-chegado estava perdido com tantos acontecimentos por semana, sendo assim, o produtor resolveu separar dois capítulos para resumir os principais acontecimentos até então.

Michelle Renaud, Horacio Pancheri, Ariadne Díaz e Ana Isabel Torre foram os principais nomes da primeira fase da novela. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

A forma encontrada para isso foi genial: Nazario (Luis Couturier), padrinho de Lucía, acaba ficando preso nos escombros em meio a um incêndio criminoso na fábrica da família Gaxiola. Após ser resgatado, o personagem é diagnosticado com uma perda de memória temporária, sendo assim, o médico responsável por ele recomenda que a família e amigos relembrem alguns acontecimentos para o paciente, pois dessa forma as lembranças vão retornando gradualmente. Enquanto alguns personagens narram para Nazario certos acontecimentos do passado, Rebeca começa a ter várias crises ao relembrar o acidente de Adriana e a morte de Federico.

Nazario fica preso nos escombros em meio a um incêndio criminoso. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

A terceira temporada inicia com Lucía (já apaixonada por Marcelo e ele por ela) descobrindo o motivo que levou Marcelo a se aproximar de sua família, além de também descobrir que Rebeca se encontrava com os amantes usando o nome de sua mãe Adriana.

Lucía descobre que Rebeca traia seu pai. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Após descobrir a traição da esposa, Alonso pede o divórcio e inicia uma relação com a médica Sara (Arcelia Ramírez), mãe de Lety (Ilse Ikeda) – a melhor amiga de Lucía. Magdalena (Eugenia Cauduro), tia de Lucía, após muito relutar, decide formar uma família ao lado de Mario (Pablo Valentín). Essa temporada, sem dúvidas, é a mais agitada, e finaliza com a morte de Alonso no capítulo 79.

Alonso e Sara iniciam um relacionamento. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Rebeca interrompe o casamento de sua irmã Magdalena. (Foto: Reprodução/ Televisa S.A. de C.V.).
Alonso tem um infarto e falece. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Em seguida, inicia a quarta temporada (a mais fraca). Após a morte de Alonso, há a leitura do testamento e agora as três mulheres da família Gaxiola precisam tomar a frente dos negócios da família (bem girl power né?).

As mulheres da família Gaxiola. (Foto: Reprodução/Univision.).

Nessa temporada Marcelo acaba indo preso acusado injustamente de fraude (por pouco tempo!), e Amador (Moisés Arizmendi) se converte de vez em mais um vilão da novela. Também temos a entrada de novos personagens como o psiquiatra Román (Javier Jattin), que além de tratar Nora acaba tendo um breve relacionamento com Lucía, e Alfredo (Roberto Blandón), pai de Daniela (Natalia Guerrero), a ex de marcelo que nessa temporada volta a ser atual.

Roberto Blandón interpreta Alfredo na trama. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Natalia Guerrero interpreta Daniela, ex de Marcelo e filha de Alfredo. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

A personagem Teresa (Gloria Izaguirre), empregada da família Gaxiola, também ganha trama própria nesses capítulos ao ser abusada por Vinicio (Arturo Vázquez), responsável pelo trabalho sujo de Amador. A grande revelação dessa temporada é que Nora não é filha de Alonso como nos fizeram acreditar, mas sim de Alfredo – um dos amantes de Rebeca (percebam que as tragédias continuam em família).

Os affairs de Rebeca Gaxiola. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Teresa é violentada por Vinicio. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Por fim chegamos na quinta e última temporada, que inicia por volta do capítulo 103 com a reconciliação de Lucía e Marcelo, os quais nos últimos capítulos voltam a se separar, risos. Nessa reta final Milagros (Helena Rojo) descobre que Rebeca foi a mulher que levou seu filho mais novo a cometer suicídio, Amador é foragido da polícia, Marcelo descobre a verdade sobre a morte de seu pai, e Rebeca começa a ver seu mundo desabar com a rejeição de Nora, após esta última descobrir que não é filha de Alonso.

Milagros atira em Rebeca, após descobrir que ela era amante de Federico. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Rebeca é baleada no braço por Milagros. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Marcelo e Lucía voltam a se separar na última semana da novela. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Lucía consola Nora, após perceber que a irmã precisa de ajuda. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Além disso, para “amarrar as pontas soltas” do roteiro, Lucía descobre que Rebeca deixou Alonso morrer ao não entregar os comprimidos que ele necessitava, e Clara (Isaura Espinoza) – a antiga empregada da família -, revela o que aconteceu no dia da morte de Adriana. A temporada termina com a morte de Rebeca e Nora, a prisão de Amador e com Lucía e Marcelo casados e felizes. Concordam que se enquadra no formato de seriado?

Magdalena descobre o que houve no dia da morte de Adriana. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Amador finalmente é preso. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Lucía e Marcelo superam as dificuldades e se casam numa grande festa. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Apesar de ser vendida como uma história original (e não deixa de ser!), os roteiristas de El Color De La Pasión não abriram mão de reciclar plots clássicos de seus folhetins, como a presença de irmãs órfãs, sendo que uma delas sente inveja da outra, a desavença entre tia e sobrinha, a mãe do protagonista que odeia a heroína principal, a presença dos padrinhos que consolam a protagonista, e personagens que vão se despedindo conforme a trama avança, foram os mais recorrentes aqui.

Cena de “El Color De La Pasión”. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

E A DIREÇÃO?

Sob o comando dos diretores Juan Pablo Blanco e Francisco Franco, a novela é caracterizada por um tom sombrio, fato este bem presente nos inúmeros acidentes e assassinatos que a trama apresenta. Todavia, a dupla de diretores também entrega momentos sutis, como a primeira vez de Lucía e Marcelo.

Adriana cai da sacada da escada e se choca com uma mesa de vidro. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Milagros discute com Rafaela e acidentalmente a empurra escada a baixo. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Daniela sofre um acidente. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Nora atira em Lucía. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

A direção da novela, no geral, compete bem, e é responsável por momentos memoráveis como Nora se jogando da sacada da escada em meio a um temporal, com direito a relâmpagos e trovões, ou em uma das cenas finais no último capítulo, na qual os fantasmas de Rebeca e Nora vagam pela mansão.

Nora se suicida após descobrir que não é filha de Alonso. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Os fantasmas de Nora e Rebeca vagam pela mansão Gaxiola. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

UMA PRODUÇÃO MODERNA

El Color De La Pasión foi a primeira produção solo de Roberto Gómez, e os resultados foram bem positivos, a começar pela ambientação na cidade de Puebla. Os cenários, apesar de montados nos estúdios da Televisa, cumpriram bem, com destaque para a mansão da família Gaxiola. Outra inovação (vou chamar assim, porque isso era raro em novelas mexicanas na época) são os aparelhos celulares dos personagens – a maioria transitava com iphones do ano. Também merece destaque a fotografia da produção – um charme à parte – que somada a uma ótima direção de arte garante à novela um toque de modernidade.

A vista do mar é bonita, mas foquem no Iphone. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Parte interna da mansão Gaxiola. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Outro ponto positivo foi a escolha da música de abertura, “Hoy Es Un Buen Día” da dupla Rio Roma, a qual também serviu como tema do casal protagonista. Além dessa canção, os soundtracks da novela, muito bem escalados, tornaram várias sequências um show à parte. Destaque também para a escolha do elenco que compôs a primeira fase do folhetim. Todos com um físico muito similar aos atores da segunda fase, além de carismáticos.

Comparação elenco primeira fase e segunda fase. (Foto: Estrela Latina).
Comparação elenco primeira fase e segunda fase. (Foto: Estrela Latina).

UM ELENCO BEM DIRIGIDO

Elenco de “El Color De La Pasión” junto ao produtor Roberto Gómez. (Foto: Reprodução).

Apesar da novela ter em seu elenco figuras já conhecidas pelo público mexicano como Erick Elías, René Strickler, Helena Rojo, Luis Couturier, dentre outros, grande parte do elenco da produção eram rostos novos ou ex-telemundo, caso de Claudia Ramírez. Contudo, mesmo com um elenco de pouca popularidade, a novela “driblou” o preconceito e consolidou a carreira de grande parte dos atores.

Lucía se desespera após vê Rebeca tirar a própria vida. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Vale ressaltar as atuações de Esmeralda Pimentel, com uma protagonista forte e carismática, detalhe que esse foi seu primeiro papel como protagonista, Erick Elías, o qual a princípio é colocado um pouco de lado, porém a medida que a trama avança, o seu personagem vai tomando presença, Eugenia Cauduro como a atenciosa tia Magdalena, Arcelía Ramírez como a médica Sara, Angelina Peláez como a amorosa babá de Marcelo, e os primeiros atores Helena Rojo, Luis Couturier e Patrícia Reyes Spíndola (em sua breve participação na novela).

Marcelo consola Lucía após a morte de Nora. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Arcelia Ramírez interpretou a médica Sara. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Angelina Peláez em cena de “El Color De La Pasión”. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Porém, os grandes destaques ficam por conta do núcleo antagonista, composto por Ximena Romo, Claudia Ramírez e Moisés Arizmendi. Além de muito bem escritos, os personagens foram bem equilibrados por seus intérpretes, representando com clareza a montanha russa de emoções de cada um.

Ximena Romo interpretou Nora, uma personagem que sofria com transtorno de bipolaridade. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Claudia Ramírez interpretou a vilã Rebeca. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Algumas participações especiais também merecem ser citadas, como a presença do ator Roberto Blandón e a excelente Nuria Bages na reta final do folhetim.

Nuria Bages fez uma pequena participação como Aída, amante do pai de Marcelo. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

O MELHOR DE “EL COLOR DE LA PASIÓN”

  • Personagens bem construídos

Um grande acerto dos roteiristas, foi, sem dúvidas, garantir que cada personagem possuísse suas próprias motivações. Essa garantia brindou aos personagens um caráter mais humano, afinal, nenhum dos personagens nasceu “mau”, mas os tropeços e acertos da vida conferiram a eles caminhos diferentes, a escolha, nesse caso, provém de cada um. O maior exemplo, talvez, seja o caso de Amador. Na primeira fase, um grande amigo e sócio de Alonso, porém com o tempo se tornou um homem ganancioso e capaz de destruir a própria família para atingir seus objetivos.

Amador tenta se livrar de Marcelo. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Rebeca foi uma antagonista que fugiu do estereótipo de vilã louca e assassina (algumas pessoas insistem em qualificar isso como o que define se um vilão é bom ou ruim) em diversas ocasiões, como quando, após ver Federico tirar a própria vida em sua frente, chega em casa e entra no banheiro vestida, passando então a se esfregar com força como se estivesse com nojo de si própria.

Cena de “El Color De La Pasión”. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Se fosse uma novela de Nathalie Lartilleux ou Angelli Nesma, a vilã sairia sorrindo e, se duvidar, ainda convidaria as amigas para fazer compras (sem nenhum remorso!).

  • Tramas parelas fortes

Como já pontuado acima, a novela soube aproveitar bem seu elenco. Todos os personagens tem suas tramas próprias, desde a ex-empregada da família Gaxiola – Clara -, que sofre com o filho portador de deficiência física, até a melhor amiga da protagonista – Lety -, que pressiona sua mãe a fim de descobrir a identidade de seu pai.

  • Simbologias

A ARMA –  o mesmo instrumento que Federico usou para tirar a própria vida é o mesmo usado por Nora, quando esta atira em Lucía, por Milagros, quando descobre que Rebeca era a amante de seu filho mais novo, e por Rebeca, ao cometer suicídio no último capítulo.

A arma. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Rebeca se suicida. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

A SACADA DA ESCADA DA MANSÃO GAXIOLA – sempre usada em momentos chaves da trama, como a morte de Adriana e Nora.

Rebeca revela a Alonso o que houve no dia da morte de Adriana. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

QUARTOS 201 e 202 – curiosamente, sempre que um personagem sofria um acidente (não foram poucos, acreditem!), ou tentativa de assassinato, era levado a dois quartos específicos do hospital Santa Elena – os quartos de nº 201 e 202.

Nora corta os pulsos. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Trinidad é assassinada. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Nora se joga contra um carro em movimento. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).
Morte de Ricardo. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

O PIOR DE “EL COLOR DE LA PASIÓN”

  • O horário de exibição

Uma novela tão bem escrita e produzida, com uma trama densa e bem dirigida merecia, no mínimo, o horário nobre da emissora. Pena que este fato se repetiu em vários outros países que a novela foi exibida, garantindo pouca visibilidade, com exceção dos Estados Unidos, onde foi ao ar às 22h, e foi um grande sucesso na época (mesmo exibida com um atraso de 3 anos).

Cena de “El Color De La Pasión”. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

PALAVRA FINAL

El Color De La Pasión é uma boa opção para quem procura um produto forte e envolvente. A trama, apesar de clássica, possui uma narrativa muito bem elencada, garantindo uma novela “redonda” e recheada de reviravoltas.

Fim. (Foto: Reprodução/Televisa S.A. de C.V.).

Nota Final: 9.4/10.

Deixem recomendações nos comentários, até breve!

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Jonathas Lopes

Amante de teledramaturgia e cinema. Crítico de televisão nas horas vagas, e apaixonado pelo universo Star Wars.

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