Quando se fala na Argentina, um dos primeiros nomes que nos vêm à cabeça é o de Diego Maradona, icônico jogador de futebol falecido na última quarta-feira (25) em Buenos Aires, vítima de uma parada cardíaca. Os mais afeitos às novelas que aos esportes – em especial aqueles que foram crianças na década de 1990 -, porém, certamente também considerarão o título Chiquititas outra marca internacional de peso que remete à nação vizinha.
O que muitos poucos sabem é que esses dois universos, tão próximos e aparentemente tão distantes, se encontraram pra valer em 1997, quando o canal local Telefe encomendou à showrunner Cris Morena – criadora da história do Orfanato Raio de Luz – a produção de uma segunda novela infantil, batizada de Cebollitas. O título da obra, estreada em 1º de janeiro daquele ano, fazia referência ao time de futebol homônimo em que Maradona fora jogador-revelação, ainda na adolescência.
A história girava em torno de um grupo de crianças que se engajavam em torno de uma paixão em comum – o futebol -, formando juntos um time para representar o bairro onde viviam. O objetivo do programa era oferecer justamente uma espécie de contraponto a Chiquititas, dando protagonismo aos meninos e colocando a ala infantil feminina como coadjuvante.
No entanto, embora Cebollitas tenha se tornado um incontestável êxito entre os garotos daquele tempo – o próprio ator Paulo Nigro, intérprete de Júlio na primeira versão brasileira de Chiquititas, declarou-se fã da outra trama em uma entrevista daquele período -, foram as meninas do elenco que realmente se destacaram.
Entre elas estava a atriz Dalma Maradona, filha do próprio Diego Maradona com a empresária argentina Claudia Villafañe, sua esposa durante 15 anos. Com apenas 10 anos de idade, Dalma interpretava Sofía, uma espevitada garotinha que adorava colecionar pôsteres, CDs e tudo o que tivesse a ver com seus ídolos da música.
Chamava a atenção também a presença de duas personagens que haviam se destacado na versão original de Chiquititas até o ano anterior: Vero (Solange Verina) e Maru (Marianela Pedano) – correspondentes a Vivi (Renata Del Bianco / Lívia Inhudes) e Tati (Ana Olívia Seripieri / Gabriella Saraivah) dos remakes brasileiros. Elas deixaram o Orfanato Raio de Luz no final de 1996 para continuar suas aventuras na trama que se iniciava, numa estratégia da Telefe para fidelizar a audiência entre uma atração e outra.
Cebollitas fez tanto sucesso no (a referência é inevitável) país de Maradona que acabou sendo estendida para uma segunda temporada, e só veio a sair do ar no final de 1998, totalizando mais de 450 episódios, exibidos ao longo de quase dois anos. Além disso, foi exportada para vários países do mundo, dando mais uma prova da vocação da Argentina em produzir folhetins que agradam em cheio às crianças de todas as culturas.
Infelizmente, o Brasil não está entre os países ao qual a novela chegou. No entanto, você pode conferir abaixo a abertura da trama infantil, com um tema musical pra lá de ‘futebolesco’. Veja: