“Não contavam com minha astúcia!”… Tido como um dos heróis representantes da cultura latina, o Chapolin Colorado está completando cinquenta anos desde o seu lançamento em 1970 por Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), também conhecido por ter dado vida ao saudoso Chaves. Três anos mais tarde, o personagem ganharia seu próprio programa e se tornaria o primeiro do universo do humorista a ser exportado para o mercado internacional.
Na última semana, o filho de Bolaños, Roberto Gómez Fernández, tirou um tempo para falar sobre o icônico personagem que trajava visual de gafanhoto e roupas vermelhas, aproveitando para trazer alguns fatos desconhecidos que até então o público não conhecia sobre ele.
A origem do Chapolin
Gómez Fernández relembrou de um episódio no qual Chapolin é levado a um julgamento e é obrigado a revelar sua origem, no entanto, questiona a veracidade das informações.
Na cena em questão, o personagem conta que seu pai se chamava Pantaleón Colorado y Roto e acreditava que seu primo era Juan Colorado (um cantor mariachi) e sobrinho neto de Chucho Del Roto (um famoso bandido que marcou época). A origem do nome Chapolin teria se dado porque o padrinho dele era um entomólogo, um profissional que colecionava insetos e de quatro das espécies cujo ele colecionava, o gafanhoto, chapulín, em espanhol teria sido o sorteado em um chapéu sombreiro. A mãe do protagonista se chamava Lane.
De todo modo, o filho do escritor tem suas dúvidas se as histórias contadas durante o episódio seriam verdadeiras, ele acredita que o personagem teria ocultado a identidade.
Outra curiosidade trazida é que o uniforme de Chapolin originalmente não seria vermelha, mas sim, verde. De acordo com Fernández a cor selecionada havia sido o verde, porém, a ideia não foi seguida adiante devido à dificuldade de se encontrar os tecidos nesta cor. Além disso, o primeiro traje do herói mexicano foi confeccionado por ninguém menos do que a primeira esposa de Roberto Bolaños, Graciela Fernández, falecida em 2013.
Por fim, ele conta que o escudo no peito do personagem foi proposital, pois seu pai queria transmitir que apesar dos defeitos e limitações do Chapolin suas ações eram feitas de coração. No passado, ainda em vida, Bolaños chegou a comentar que o herói era uma sátira e contraposição aos modelos de heróis com superpoderes criados pela cultura norte-americana, o Chapolin por sua vez apontava e representava uma crítica à América Latina.